Casa Brillhart / Brillhart Architecture

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MORANDO NA PAISAGEM

Esta casa de 140,0 m², com influências da tipologia americana de pavilhões de vidro, Dog Trot e princípios do Modernismo da Flórida, proporciona um refúgio no Centro de Miami. Elevada do solo, a casa inclui 30 metros de vidro sem interrupções - 15 metros nos comprimentos das fachadas frontal e dos fundos, com quatro módulos deslizantes de portas de vidro que permite que a casa seja totalmente aberta quando desejado. A casa inclui 75 m² de espaços de estar externos, com varandas na fachada frontal e traseira. A posição da casa, no centro de um terreno de 100 m de comprimento, aliada aos detalhes externos permitem que ela se mescle com aos jardins densos e abundantes da paisagem natural do terreno.

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Como proprietários, arquitetos e construtores, nós construímos a maior parte da casa nós mesmos. A tectônica, materialidade e lógica de construção se tornaram nossos interesses primários. Nesta parte do país onde o concreto é o material de construção principal, nós optamos por uma estrutura metálica aliada a fechamentos de vidro, explorando acabamentos em madeira, além de contínua pesquisa em inovação e montagem de elementos construtivos. 

CONCEITOS DO PROJETO

O projeto se baseia numa abordagem 'de volta ao básico' - especificamente estudando antigos modelos arquitetônicos que possuem boa forma, mas também que sejam bons pra alguma coisa. Cada decisão de projeto foi organizada em torno de quatro questões centrais que desafiam a cultura de construir grande: o que é necessário, como podemos minimizar os impactos na terra, como respeitamos o contexto dos vizinhos, e o que é realmente possível construir?

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ANTIGOS MODELOS PARA EDIFÍCIOS FUTUROS
Dog Trot

Algumas respostas vieram de um lugar que nos é bastante familiar - a aparentemente esquecida arquitetura vernacular, e mais especificamente o Dog Trot, que por mais de um século, tem sido a imagem representativa da Arquitetura da Flórida. O edifício pequeno, simples e prático é modesto e rico em significados culturais. Maximiza eficiência, espaço, e energia; se baseia em materiais da arquitetura vernacular e celebra as brisas amenas.

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A TIPOLOGIA DO PAVILHÃO DE CRISTAL E O MODERNISMO TROPICAL

Estes também indicaram direção: graças a indústria crescente do concreto nos quintais de Miami, autoridades municipais desenvolveram uma forte tendência em construir com concreto. Tanto que construir com outros materiais pode parecer absurda; há uma crença de que os custos associados à construção de um projeto residencial em aço e vidro seria exorbitante; que não há mão de obra qualificada o suficiente para construir tais projetos, e assim por diante. Ironicamente, temos antigos modelos de modernismo tropical do sul da Flórida - que datam dos anos 1950 e 60 - de estruturas feitas de sistemas de concreto, madeira, aço, e híbridos. Edifícios simples, racionais, eficientes e de baixo custo que celebram os trópicos, estes projetos apresentam alternativas viáveis e inovadoras para futuras construções de Miami.

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Os arquitetos do pós guerra do Sul da Flórida - como Alfred Browning Parker, Rufis Nims, Robert Bradford Browne, Mark Hampton, Paul Rudolf e Ralph Twitchell, William Morgan, Donald Singer, Gene Leedy - deram início à escola modernista tropical de pensar e desenvolver suas próprias interpretações regionais do Estilo Internacional ao se voltar para a paisagem natural, o clima e materiais locais para produzir seus projetos. A ênfase na metodologia construtiva era central para suas obras e se tornaram um modelo de projetos sustentáveis nos trópicos.

Como parte de nossa pesquisa, analisamos documentos originais de quatro residências construídas no pós guerra. Após diagramar as intenções dos projetos, elaboramos axonométricos das casas explorando as seleções de materiais e técnicas construtivas. Como modelos, estes quatro projetos apresentaram uma gama bastante interessante de materiais e sistemas construtivos. Como referências visuais, serviram como importantes fontes de inspiração para o nosso projeto.

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CONSTRUÇÃO E DETALHES
Estruturas Metálicas e Vidro

Voltando ao otimismo e experimentação da arquitetura pós-guerra do sul da Flórida, buscamos uma alternativa para o uso de concreto, explorando o uso do aço e vidro, como a superestrutura. Como resultado, houve menos perda de materiais, simplificamos a montagem, e reduzimos o custo e o tempo de construção, ao mesmo tempo permitindo maior ventilação cruzada e um aumento da sensação de viver dentro da paisagem.

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Com os avanços nas qualidades térmicas do vidro e de isolamento, foi possível utilizar conceitos do modernismo tropical juntamente com o atual Código de Obras da Flórida. Criamos uma série de detalhes para que nosso conceito geral estivesse de acordo com as especificidades do Código, como novas peças de junção dos vidros, novas maneiras de assentar o piso e o forro em toda a casa.

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